A minha
almofada deixou de conseguir absorver todas as lágrimas que escorrem pela minha
cara em teu nome, deixou de abafar o som de cada gota ao cair sobre ela,
soltando agora um tamanho impacto como se quisesse denunciar tanto sofrimento
escondido, uma sobrecarga tão grande de mágoas e mais mágoas que vais deixando
sem dar tempo de esquecer a anterior. Já nem ela aguenta a dor da ferida que
cada vez vais abrindo mais, já nem ela suporta o peso de um amor incerto que
magoa a cada contracção do coração, já nem ela sabe lidar com a ausência de
algo que permanece firme no pensamento. Nem um mero objecto irracional consegue
disfarçar o incómodo de tanta dor mas, amanhã é um novo dia e, como sempre,
vais ver um sorriso calado, de quem anseia que percebas os teus erros, que se
tornará em lágrimas quando no final do dia tudo permanecer igual. Não é amor, é
dor.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Verbo amar
Sabes o que
é o amor quando vês o coração mais gelado derreter com um mero e inocente
olhar, quando um simples toque provoca um enorme arrepio que rapidamente
percorre todo o teu corpo de alto abaixo, quando não é preciso admitir o
sentimento porque a nossa própria atitude o revela, quando sabes que tens o
coração da outra pessoa sem ser necessário lhe colocares um rótulo. Não é como
nos filmes em que tudo começa com um acidente ocasional no corredor de uma escola,
não são apenas sorrisos e nem todos acabam na separação, porque se isso
acontecer, realmente não é amor, é paixão, pois, o amor cresce com o tempo
enquanto a paixão é a primeira que este nos leva a esquecer. Não amas-te o
rapaz de ontem, amas aquele a quem nunca vais conjugar o verbo “amar” no
passado.
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