quarta-feira, 30 de março de 2011

G


“Desculpa ter-me afastado sem te dar nenhuma explicação e sem motivo aparente, desculpa ter-te magoado. Não penses que esqueci tudo o que nos uniu, porque não esqueci. Sei que agora pode ser tarde para voltar atrás e pedir desculpas mas vou tentar fazê-lo, por nós. Afastei-me porque comecei a sentir por ti algo que nunca ninguém me tinha feito sentir e isso assustou-me, não sabia como lidar com os meus sentimentos e com o meu coração, tive medo. Sei que devido á minha reputação é difícil acreditar que tenho medos mas eu sou normal, isso que dizem não passa de meras palavras de gente que não me conhece, gente que apenas sabe da minha existência. Desculpa por todas as lágrimas, por todas as noites mal dormidas, por todos os olhares cortados. Queiras ou não, eu amo-te e, isso, ninguém te tira.”
O amor não é uma espécie de objecto que se oferece a alguém e se o vês como tal é porque na verdade não o sentes. Enquanto considerares o amor uma prenda, ninguém o retribuirá.

domingo, 27 de março de 2011

tu escolhes o teu caminho, eu amparo-te a queda.


Não foste a única que chorou a ver o Titanic e também não foste a única que sorriu descontroladamente durante as séries do Tio Patinhas. Não foste a única a cair á frente de uma multidão de pessoas e também não foste a única a brilhar em cima de um palco. Não foste e única a ser apontada quando cometeste um erro e também não foste a única a ser aplaudida quando brilhaste. Não foste a única a sofrer por alguém e também não foste a única a ser feliz ao lado de outra pessoa. Não és a única a realizar cada uma destas acções e também não vais ser a única que se vai destacar através de alguma delas. Não é o que fazes que faz de ti o que és, tu um dia vais entender isso. Até esse dia chegar, ainda vais realizar muitas mais acções e ainda te vais sentar durante longas horas à espera dessa tal diferença que tu tanto queres. Quando ela chegar, olha-a, avalia-a e depois, se gostares do que vês, aceita-a.
independentemente do caminho que escolhas, eu vou estar sempre ao teu lado. um grande amo-te minha princesa.

quarta-feira, 16 de março de 2011

independente


Já não importas. No meio de um dia a dia trapalhão eu aprendi a chorar e a rir sozinha, a cair e a levantar-me sozinha, a falar e a responder sozinha e, por mais estranho que isto pareça, eu sinto-me bem a faze-lo. Eu sinto-me bem sem as tuas piadas secas e as tuas bocas fora de conversa, sinto-me bem sem a tua mão a segurar-me para que eu não caía, sinto-me bem sem te ter a falar durante uma hora e eu ter de ficar no silêncio ou apenas limitar-me a dar-te aquela resposta que tu queres ouvir. Eu sinto-me bem sem ti. Durante meses não soube qual era o sabor de um sorriso verdadeiro, não soube o que era cair e depois ter de procurar forças para, sozinha, me levantar e continuar o meu caminho e, muito menos, soube o que era manter uma conversa sem limites. Agora eu sou independente, faço tudo o que tenho a fazer sozinha e sem me preocupar com o que tu possas achar. O jogo acabou, nos acabamos e tu perdes-te.

terça-feira, 15 de março de 2011

am


Os seres humanos têm um nível de injustiça, perante os outros, muito elevada. Só corremos atrás de alguém quando vemos esse alguém a partir sem um “adeus” nos dirigir, só choramos quando as pessoas que ama-mos nos deixam de dar a mínima atenção devido ao sofrimento que, com atitudes anteriores, já lhes causamos, só gritamos por alguém quando precisamos de ajuda, de uma mão que nos apoie, e esse alguém já ficou para trás no nosso percurso de vida. Neste momento eu já passei por todas estas fases, já corri atrás de ti para tentar agarrar a tua mão e impedir que partisses, já chorei por todas as mensagens sem resposta e por todas as chamadas ignorada, já gritei bem alto o teu nome quando me num buraco bem fundo sem ninguém para me ajudar mas, devido á distancia que teima em existir entre nós, nunca tiveste noção de nenhum destes actos. Já fomos separadas á algum tempo, e a culpa não é de todo da distância. Eu não preciso de palavras meigas que ocultam a realidade, apenas preciso de ti e do teu amor, puro e verdadeiro, novamente.

domingo, 13 de março de 2011

geração à rasca


Pela primeira vez, na história deste país, viram-se milhões de pessoas juntarem-se para defender o futuro de uma geração. Milhares de pessoas meteram as diferenças de lado e deram as mãos, sincronizaram as suas vozes e caminharam na mesma direcção com um único e poderoso objectivo, lutar para que toda a geração futura passe a ter possibilidade de brilhar no que diz respeito a empregos. Viram-se pessoas de todas as idades e classes etárias, ruas completamente cheias com mensagens por todos os cantos (“mãe á rasca” e “estou safo mas o meu filho não”). Pela primeira vez um pequeno país uniu toda a sua força e mostrou que, todos juntos, conseguimos gritar com a mesma força que outro país com o dobro da dimensão de Portugal. Eu sou portuguesa e faço parte da "geração á rasca". E tu?

terça-feira, 8 de março de 2011

verão


Faz com que eu acorde e te veja novamente á porta de minha casa, á espera que eu desça e te dê aquele abraço matinal tão típico entre nós. Volta a correr em direcção a mim e a agarrar-me a mão, daquela forma carinhosa que te caracteriza, para que juntos corramos na mesma direcção, lado a lado, com um único e mesmo objectivo. Volta a fazer-me novamente aqueles enormes ataques de cócegas para que caiamos os dois, na areia, de tanto rir. Volta a deitar-te comigo na suave areia daquela maravilhosa praia para contarmos as estrelas que nos rodeiam. Arrepia-me novamente com aquela voz meiga que fazias ao meu ouvido. Preciso de ti, preciso de nós e de todos os sentimentos que, juntos, alcançamos. Volta a ser o meu príncipe e deixa-me ser novamente a tua princesa. Volta. Por mim, por ti e por nós.
Contigo eu fui feliz, nunca duvides.

domingo, 6 de março de 2011

arco-iris


O meu mundo colorido e animado transformou-se em algo escuro e triste. O lindo céu azul que todos admiravam pela sua intensa cor tornou-se cinzento, os pássaros já não se fazem sentir nos céus das cidades, as flores perderam o seu cheiro característico e o vento deixou de causar aquela suave agitação nas folhas das árvores. Tu partiste e, como sempre, fizeste estragos. Quando resolveste ir embora decidiste levar também contigo a cor e alegria que só a ti pertencem. Consegui viver durante anos a intitular de “coloridos” objectos transparente e de “alegria” coisas tristes mas voltar outra vez para a ignorância do meu antigo planeta é impossível. Volta. O mundo só faz sentido com cores e tu, para mim, és um arco-íris.  

sexta-feira, 4 de março de 2011

otário, novamente.




Tu: -Preciso de te dizer uma coisa e, hoje, o assunto é sério.
Eu: -Sim. Diz (…)
Tu: -Acabou tudo entre nós. Desculpa.







Para algo acabar tem de ter começado anteriormente e, entre nós, isto não aconteceu. Tivemos quase a iniciar uma coisa nossa mas a velocidade a que esta se destruía era superior á velocidade da sua construção. Quanto ao “nós” de que te recordaste hoje, nunca existiu, existias apenas tu e os teus caprichos. Tínhamos perspectivas completamente opostas, eu lutava para que este “nós” se unisse de tal maneira que ninguém o conseguisse separar enquanto tu, entre milhares de preocupações, o passavas para segundo plano acabando mesmo por o esquecer. Lamento se não era esta a tua intenção mas foi esta a ideia que passaste para toda a gente. Tens de aprender a ver o mundo para além de ti, tens de aprender a ouvir críticas e tens de aprender a aceitar um não. Enquanto isto não acontecer, vais continuar a fazer figura de otário quando julgas ter o troféu de campeão na mão.